Agosto lilás: Precisamos falar sobre o suicídio entre as mulheres vítimas de violência doméstica

Agosto lilás: Precisamos falar sobre o suicídio entre as mulheres vítimas de violência doméstica

Você sabia que os feminicídios e os suicídios representam 83% da causa de morte entre as mulheres vítimas de violência doméstica, e que a chance de uma mulher morrer por esses dois meios chega a ser 151 vezes maior comparada a outros tipos de mortes?  Neste mês que marca a campanha Agosto Lilás de conscientização pelo fim da violência contra a mulher, vamos falar sobre a saúde mental e o autoextermínio de mulheres vítimas de violência.

Segundo dados do Ministério da Saúde, a taxa de suicídio entre as mulheres vítimas de violência física, sexual e psicológica, aumentou 50%. Dentro dessa realidade cotidiana, da impunidade do seu agressor, a culpabilização sociocultural da vítima, a discriminação, a humilhação, o subjugo constante das ameaças, e a total ausência de recurso financeiro para fomentar a autonomia, as mulheres adoecem. E adoecem gravemente. Muitas vezes precisam ser hospitalizadas. E em outras vezes, em milhares de vezes, não suportando esse convívio, essa dor de existir dentro desse cenário opressor, elas, num ato extremo de desespero e angustia, atentam contra a própria vida. Vale ressaltar que essa terrível realidade não é apenas entre as mulheres adultas não, viu?, meninas, ainda crianças e adolescentes vítimas de toda gama de violência, morrem, senão pelo feminicídio, pelo suicídio. Não está tudo bem. As mulheres vivem no pior dos mundos possíveis. 90% dos crimes cometidos contra mulheres, são praticados por companheiros ou ex companheiros das vítimas.

Em 2023 a Lei Maria da Penha completa 17 e apesar de ser considerada pela ONU como uma das mais avançadas legislações sobre violência contra a mulher do mundo e um marco na luta pelos direitos das mulheres, o texto ainda não é colocado em prática como deveria.

Para acabar com toda a violência e opressão contra as mulheres, precisamos superar visões sexistas, porque elas são contrárias à luta das mulheres pelo igualdade de direitos. Precisamos que os homens, os companheiros, superem e descontruam o seu machismo e lutem com a mulheres e pelas mulheres.

Precisamos urgentemente de políticas públicas que priorizem a saúde mental da mulher e que as abracem de modo integral: fazendo um trabalho de prevenção, de acolhimento e de proteção às vítimas. A acima de tudo, nós precisamos de leis mais rígidas que punam rapidamente e de forma inafiançável o agressor.

Como e onde buscar ajuda

Ligue 188 Para apoio emocional preventivo ao suicídio. A ligação é gratuita e funciona 24 horas por dia em todo território nacional.

A Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180 presta uma escuta e acolhida qualificada às mulheres em situação de violência. O serviço registra e encaminha denúncias de violência contra a mulher aos órgão competentes, bem como reclamações, sugestões ou elogios sobre o funcionamento dos serviços de atendimento.

O serviço também fornece informações sobre os direitos da mulher, como os locais de atendimento mais próximos e apropriados para cada caso: Casa da Mulher Brasileira, Centros de Referências, Delegacias de Atendimento à Mulher (Deam), Defensorias Públicas, Núcleos Integrados de Atendimento às Mulheres, entre outros.

A ligação é gratuita e o serviço funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana. São atendidas todas as pessoas que ligam relatando eventos de violência contra a mulher.

O Ligue 180 atende todo o território nacional e também pode ser acessado em outros países.

Denuncie

  • Ligue 180 para denunciar violência contra a mulher