Confiar não é saber tudo do outro. É não precisar saber exatamente porque confia

Confiar não é saber tudo do outro. É não precisar saber exatamente porque confia

Confiar não é saber tudo do outro. É não precisar saber exatamente porque confia. Quem de verdade ama não subjuga, não impõe presença, não reclama ausência, não prende. Antes, incentiva e contempla o voo do ser amado. Confiança não é sentimento. É deliberação. Você decide confiar. Não necessariamente porque o outro merece ao se comportar de modo confiável, mas porque você merece estar em paz consigo mesma.

Todo mundo sente ciúmes. Isso é indiscutível. É humano e está tudo bem. Mas fazer ceninha de ciúmes é falta de inteligência emocional. Ora, as nossas emoções são recebidas mediante os sentimentos inconscientes das aflições da infância. Sabe quando a gente vê uma coisa que comia na infância e logo fica feliz? É porque o sentimento de prazer sentido na infância, volta à tona quando vê a comida. Do mesmo jeito acontece com os sentimentos ruins como ciúme, inveja, medo, raiva… Quando estamos diante de situações que refletem um trauma da infância, as emoções expressas serão as mesmas da criança. E o que faz uma criança de 3 anos quando outra criança pega o seu brinquedo favorito? Ela faz escândalo.

Ter inteligência emocional é conseguir, na vida adulta, reconhecer, nomear, avaliar e gerenciar as emoções e não agir como agia quando era criança. Porque, claro, você não é mais uma criança.

Confiar não é saber tudo do outro. É não precisar saber exatamente porque confia

Foi praticando que eu descobri que para ter um relacionamento afetivo duradouro e feliz é preciso decidir e lutar juntos por 100% de respeito mútuo, 100% de confiança, 100% de aceitação da individualidade do outro e 100% de cumplicidade.

A maioria de nós se espanta com esse 100% antes da palavra “confiança”. Mas quem disse que para ter um relacionamento longo e feliz seria fácil? Quando você decide (e a palavra certa é mesmo “decide”) confiar 100% em alguém, dá a ela a responsabilidade de ser 100% confiável.

Ora, reflita comigo sobre estas duas situações:

O cônjuge parte numa longa viagem sozinho e ao seu lado, no voo, está uma criatura atraente e disposta a seduzi-lo. Suponhamos que ele seja o indivíduo que não tem 100% de confiança de sua parceira e assim pensará: “fazendo ou não, ela vai dizer que eu fiz. Então, o que me impede de fazer?”.

Mas se ele é o indivíduo que adquiriu 100% da responsabilidade de ser confiável, pois recebe 100% de confiança, pensará: “Eu não faria isso com alguém que confia 100% em mim”.

Quando um casal decide confiar 100% no que outro diz, uma mágica extraordinária acontece

Quando um casal decide confiar 100% no que outro diz, uma mágica extraordinária acontece no relacionamento. O ciúme, a mentira, os segredos, as desculpas esfarrapadas… desaparecem. No começo é bem difícil. Ligar para pessoa no meio da tarde e ela não atender ou estar com o celular desligado… Mil coisas passam por sua cabeça. Mas se você a respeita saberá que ela teve um motivo relevante para agir assim e quando ela chegar vai lhe dizer sem precisar ser questionado para isso.

Acredite, 100% de confiança funciona. Você se liberta. Você tem paz. Não vai questionar onde e com quem esteve. Não vai bisbilhotar as roupas, o celular, o computador, etc. Talvez você diga que isso facilitará que a pessoa venha lhe trair com muita tranquilidade.

Mas pergunto-lhe: você quer ter o controle da vida de uma pessoa por quê? Só para dizer que a você ninguém engana? Só para dizer que você sabe que o outro está lhe ferindo e por isso merece revide? Que tipo de relação pode sobreviver a isso? Do tipo entre tapas e beijos? Isso não é relação, isso não é amor. Isso é um pesadelo.

Se o outro trair, mentir… é problema dele. Sua mente estará em paz, você não sofrerá. Melhor confiar 100% e morrer inocente do que ser ‘muito esperta’ e viver doente em termos gerais. Aqui vale ressaltar, com grande importância, que se a falta de inteligência emocional conduz uma pessoa à uma patologia clínica, é necessário buscar ajuda profissional. E tudo bem. Nem sempre é possível sozinha.